sexta-feira, 15 de maio de 2009

A história de um abandono


(Texto retirado do blog Amigos da Rose)
Às vezes, nós protetores não entendemos como pode haver tantos cães na rua. 

Além da procriação dos animais abandonados e não castrados, existem outras explicações (tanto que não é incomum encontrarmos cães que claramente já tiveram uma casa, inclusive alguns de raça). 

Na internet circula esse texto (sem autor) que posto aqui e mostra dois motivos (a compra adoção impensadas e a ausência de investimento pessoal para educar um cachorro). 

Educar o animal é uma parte importantíssima da convivência com o mesmo, mas muitas pessoas tratam adestramento como "frescura". Adestrar (obediência básica) não é nada além de ensinar o cachorro (ou até gato) a andar em guia, local e horário para comer, não chorar pra pedir atenção, socializá-lo com pessoas e animais, ensinar onde fazer as necessidades, atender pelo nome e alguns comandos muito úteis no dia a dia (vem/aqui, senta, deita, junto, pára e fica, basicamente para cães. Para gatos os comandos costumam ser senta, vem, desce, sobe e deita). 

Um animal não-educado pode apresentar desvios de comportamento diversos, não respeitar as pessoas da casa por se achar o líder da matilha, atacar visitas ou pessoas que se aproxima de seus adotantes, montar na perna das pessoas (o que é um ato de dominação, e não sexual) entre outros problemas. Um filhote estimulado a morder a mão de pessoas quando pequeno (o que é um instinto) vai associar mordidas a brincadeiras e isso no futuro pode ser bastante inconveniente. Há inúmeros exemplos. 

Hoje em dia, há muitos livros e métodos que possibilitam o adestramento pelo responsável (o que é o ideal, inclusive, sendo que adestradores sérios insistem para que esses acompanhem e façam eles mesmos os comandos). Um dos nacionais mais didáticos é o "Adestramento Inteligente" de Alexandre Rossi, que usa o método com clicker e recompensa para adestramento (o que é divertido para o animal e não um sofrimento muitas vezes desnecessário). 

O best seller de Cesar Millan, "O Encantador de Cães" não traz técnicas de adestramento, mas mostra como é necessário respeitarmos a natureza específica dos animais e o modo como entendem o mundo (que é muito diferente do nosso), além de insistir muito na importância dos PASSEIOS (e não só "exercício" ou "espaço"), disciplina e rotina.  

Segue a história para reflexão: 

A HISTÓRIA DE UM ABANDONO

1ª semana Hoje faz uma semana que nasci. ! Que alegria ter chegado a esse mundo!!!
1 mês Minha mamãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar.
2 meses Hoje me separaram de mamãe. Ela estava muito inquieta e com seus olhos me disse adeus como esperando que minha nova "família humana" cuidasse de mim, como ela havia feito.
4 meses Cresci muito rápido, tudo chama a minha atenção. Há várias crianças na casa que são como meus "irmãozinhos". Somos muito levados, eles me jogam uma bola e eu os mordo brincando.

5 meses Hoje me castigaram, minha dona se zangou porque fiz "pipi" dentro da casa... mas nunca me disseram onde eu deveria fazer. E como eu durmo na área de serviço...! eu não me agüentei!!!

6 meses Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido...Creio que minha família humana me ama muito... Quando estão comendo me convidam, o pátio é somente para mim e eu estou sempre cavocando, como os meus antepassados lobos, quando escondiam a comida. Nunca me educam, seguramente porque nada faço de errado. 

12 meses Hoje completei um ano. Sou um cão adulto e meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!

13 meses Como me senti mal hoje... Meu "irmãozinho" tirou a minha bola. Como nunca pego seus brinquedos fui atrás dele e o mordi. Mas como meus dentes estão muito fortes, machuquei-o sem querer. Depois do susto me prenderam e quase não posso me mover para tomar um pouco de sol. Dizem que sou ingrato e que vão me deixar em observação (certamente não vacinaram)...não entendo nada do que está acontecendo.

15 meses Tudo mudou... vivo preso no pátio...na corrente...me sinto muito só...minha família já não me quer. Às vezes esquecem que tenho fome e sede e quando chove não tenho teto que me cubra...

16 meses Hoje me tiraram da corrente. Pensei que tinham me perdoado...Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e meu rabo parecia um molinete... Parece que vou passear com eles. Subimos no carro, atrelamos o carreto e andamos um grande trecho quando pararam. Abriram a porta e eu desci correndo, feliz, crendo que era dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram... -"Esperem"!!! - lati...-"esqueceram de mim...!!!".- Corri atrás do carro com todas as minhas forças...minha angústia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam. Tinham me abandonado...

17 meses Procurei, em vão, achar o caminho de volta à casa. Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algo de comer... Eu agradeço com um olhar do fundo de minha alma... quisera que me adotassem, eu seria leal como ninguém. Porém eles apenas dizem -"pobre cãozinho, deve estar perdido".

18 meses Outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus "irmãozinhos". Cheguei perto e um grupo deles, dando risadas, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria"... uma dessas pedras atingiu um dos meus olhos e desde então não enxergo com ele.

19 meses Parece mentira mas quando eu estava mais bonito as pessoas se compadeciam mais de mim... Agora que estou muito fraco, com um aspecto bem mudado... perdi meu olho, as pessoas me tratam a pontapés quando pretendo deitar-me na sombra...


AGORA, VOCÊ DECIDE O FINAL DESTA ESTÓRIA

FINAL "B"

Quase não posso me mover. Hoje, ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles me atropelou. Pelo que sei, estava num lugar seguro chamado "sarjeta", mas nunca vou me esquecer do olhar de satisfação do motorista. Antes tivesse me matado... porém só me deslocou a cadeira. A dor é terrível, minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade me arrastei até uma moita de ervas fora da estrada... Já faz 10 dias que estou em baixo de sol, chuva e frio, sem comer. Não posso me mover, a dor é insuportável. Sinto-me muito mal, estou num lugar úmido e parece que meu pelo está caindo. Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem: "não chegue perto". Já estou quase inconsciente, porém uma força estranha me fez abrir os olhos. A doçura de sua voz me fez reagir. -"Pobre cãozinho, veja como te deixaram"- dizia... junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse: -"Sinto muito senhora, mas esse cão já não tem remédio, o melhor é que deixe de sofrer." - A gentil dama consentiu, com os olhos cheios de lagrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela agradecendo por me ajudar a descansar... Senti somente a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em porque nasci, se ninguém me queria...

FINAL "A" - 20 MESES

Quase não posso me mover. Hoje, ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles me atropelou. Pelo que sei, estava num lugar seguro chamado "sarjeta", mas nunca vou me esquecer do olhar de satisfação do motorista. Antes tivesse me matado... porém só me deslocou a cadeira. A dor é terrível, minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade me arrastei até uma moita de ervas fora da estrada... Já faz 10 dias que estou em baixo de sol, chuva e frio, sem comer. Não posso me mover, a dor é insuportável. Sinto-me muito mal, estou num lugar úmido e parece que meu pelo está caindo. Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem: "não chegue perto". Já estou quase inconsciente, porém uma força estranha me fez abrir os olhos. A doçura de sua voz me fez reagir. -"Pobre cãozinho, veja como te deixaram"- dizia... junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse: Vamos fazer o possível, mas é um caso quase perdido.

Fui levado a um lugar estranho, com máquinas que não compreendi. Me amarraram, deram umas picadas e puseram uns tubos. Fui adormecendo....Acordei me sentindo enjoado, dolorido, cheio de faixas, mas com a pessoa da voz doce perto de mim, o que me fez sentir feliz, depois de muito tempo... Depois de umas horas ela me colocou num carro e levou pra uma casa, onde me deixou numa caminha quente....

24 meses

Demorou mas me recuperei bem. Vou mancar pelo resto de minha vida, mas isso não me importa... Também meu olho cego não me importa.... Só me interessa que tenho novamente uma família, pessoas que gostam de mim e que vão receber em troca um amor e dedicação que só um cão pode dar. Sou feliz outra vez !!!

O FINAL DESTA ESTÓRIA DEPENDE DE TODOS NÓS. 

POSSE RESPONSÁVEL - ESTA É A ÚNICA SOLUÇÃO


Pressione os políticos de sua cidade para que sejam realizadas campanhas de castração - Ajude as sociedade de proteção e voluntários independentes, em programas de conscientização e também conseguindo que pessoas adotem um animal abandonado.

EXERÇA A CIDADANIA - DENUNCIE MAUS TRATOS


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